Rá!

•quinta-feira, 2 agosto, 2012 • Deixe um comentário

– Ah, não! Tô toda suada, descabelada.. Tô horrível!
– Deixa disso, fia. É assim que eu gosto…

Vez ou outra a gente se depara com situação assim. Elas se achando as mulheres mais feias do mundo e a gente o contrário. A turma lá do fundão da sala, os bagunceiros, pode até dizer que o que a gente gosta mesmo é só de peito e bunda (e se fosse eu a ler isto, também diria), mas a gente compra o ideal também. Normalmente não admite, mas compra.
É claro que a gostosa da rua vai chamar atenção. O que não quer dizer que ela seja aquela que, de fato, irá nos atrair. E há uma diferença considerável nisso.

Da mesma forma que elas têm uma ideia ou um conceito daquilo que vale a pena num sujeito, nós também gostamos de olhar para aquela moça sentada no canto do coletivo, com uniforme do trabalho e aspecto cansado. O fim do dia é o melhor momento para fotografar dignidade. E como isso atrai!

Acho até que elas sabem disso. Sabem que a gente olha admirado quem se esforça. Que vê valor em quem levanta cedo da trincheira de segunda a sexta para matar leão na faca. O bacana é que mesmo sabendo disso, seja lá por qual motivo que eu nunca vou entender, elas fazem questão do cabelo, do salto, da graciosidade.

– Os anos tão fazendo bem pra essa cabeça, hein rapaz!
– Os anos não, elas…

“Lata d’água na cabeça,
Lá vai Maria
Lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva a criança
Lá vai Maria”

Marlene – Lata D’água

Cotidiano

•sábado, 21 abril, 2012 • 1 Comentário

Eu devia ter quatro ou cinco anos quando frequentei a creche Estrela Dalva, no Cascatinha, bairro onde passei uma parte legal da minha infância. Fazia frio em Juiz de Fora naquela época. Muito frio. Frio que não identifico mais nos dias de hoje sei lá por que. Não sei se era o fato de eu ser um moleque magricela (puro osso!), mas é esse frio que traz a lembrança…

Nesses dias de bater os dentes, minha mãe costumava passar a minha roupa, mesmo esta já estando devidamente passada, só pra eu vestir algo quente depois de sair do banho. Era um gesto dedicado e que guardo com carinho.

Naquela época, éramos só nós dois naquela casa. Descíamos da minha rua até a escola, coisa de 15 minutos de caminhada. Ao chegarmos, eu me deparava com o Sr. Walter (não sei se com W ou V). A característica física que mais me chamava a atenção nele era o dedo anelar amputado, não lembro de qual mão. Acho que ele era o marido da dona Dalva, a proprietária da escolinha. Mas o interessante é que esse senhor ficava lá na porta, recebendo as crianças, e sempre me recebia com aquele riso de quem vê o perrengue da criança semicongelada. Para fazer graça com a situação, ele cantava: “Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã, me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã…”

Eu ria. Minha mãe também ria. Era riso em meio ao frio da batalha, da dureza da vida, dos compromissos e responsabilidades que todos vamos aprendendo a ter desde cedo. O estranho é que eu sempre achei que era uma composição dele, uma rima que ele havia pensado ao ver a situação. Só fui descobrir que se tratava de uma música do Chico Buarque, e que o contexto era outro, lá pela minha pré-adolescência.

Até hoje, quando escuto ou lembro dessa música, com o perdão de Chico, é do gogó do “Seu” Walter que eu lembro. E não é que a música é bonita mesmo?

Cotidiano
Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr’eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr’o jantar
E me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr’eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr’eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.

Velharias (pt. 1)

•domingo, 18 março, 2012 • 2 Comentários

Abaixo, um texto escrito há muito tempo. O post é fruto da preguiça de escrever algo agora e da vontade de manter isso aqui minimamente movimentado. Abraços a todos!

Lembro-me bem de uma passagem que tive pela cidade de Três Marias, aqui em Minas. Era um clube náutico legal. Com gente nova e descontraída. Tenho lembranças muito boas daquele lugar. Fora a beleza, aquilo mexeu comigo de uma forma um tanto estranha, já que, por causa juventude, não compreendia ainda o meu vício por paisagens e associações entre fotografias e memórias.

Um dia, levaram-me para conhecer um conjunto habitacional, construído pelos donos da represa que havia no local para seus funcionários. Eram boas casas. Padrão “americano”: térrea, com vasta garagem, jardim e janelas grandes.

O local estava abandonado porque era de difícil acesso e todos preferiam viver na cidade. Aquele condomínio completamente vazio, de guarita fechada e empoeirada, no alto de uma colina e com vista para o enorme lago, despertou minha curiosidade. Não sei se foram as folhas quebradiças espalhadas pelo chão, as teias de aranha que se formavam em qualquer canto, ou mesmo a brisa fresca daquele lindo dia em que o sol aparecia entre árvores seminuas.

O que de fato sei, é que essa visão completamente vazia de significado fez alguma diferença para mim.

Boas lembranças visuais que me deixam orgulhoso. Diz uma sua?

Menos um rosto na multidão

•terça-feira, 17 janeiro, 2012 • Deixe um comentário

Um homem foi morto hoje em Juiz de Fora. Para quem acompanha rotineiramente o noticiário policial, principalmente para quem o redige, essa informação seria mais um infeliz fato do nosso cotidiano violento. Para mim, no entanto, a constatação teve outro sentido. Isso porque ao apurar as informações relacionadas ao crime, descobri que aquele corpo várias vezes alvejado era o de um homem que vi ontem. Não, ele não era meu amigo, tampouco “conhecido de cumprimento”. Era mais uma pessoa na rua que o acaso tratou de colocar em meu caminho.

Ontem, ao voltar para casa do trabalho, passei pela barraca de acessórios com a qual ele tirava seu sustento. A tela onde ficavam pendurados brincos, pulseiras e óculos, caiu bem na minha frente e, num reflexo natural, levantei-a novamente. Ele já se aproximava para reerguer a estrutura quando agi. Como resposta, recebi um “Ô! Valeu, rapaz!”. E foi isso. Esse foi o nosso encontro de cinco segundos no fim da tarde de uma segunda-feira.

Não o conhecia. Não sei se era o que se pode dizer um “bom homem” ou um “malandro” das ruas. O que sei é que o homem que sorriu para mim ontem, já não está lá mais hoje, e não estará amanhã.

Não estou comovido ou emocionado, mas o simples fato de escrever sobre isso mostra que, de alguma forma, eu me importei. Provavelmente, se aquele homem hoje ali estivesse eu passaria sem sequer me lembrar do seu rosto ou do gesto que fiz ontem. Acho que foi justamente a tragédia que permitiu à minha memória acessar essa parte que geralmente fica esquecida e despertar em mim a compreensão da trivialidade da vida. Hoje se está aqui, amanhã talvez já não mais.

Acho que o jeito é torcer para que encontros corriqueiros como aquele não nos permitam ter esse tipo de sensação em virtude de uma fatalidade. Enfim, bola pra frente…

Um troço muito doido!

•quinta-feira, 12 janeiro, 2012 • 2 Comentários

Hoje fui surpreendido pelo relato de um velho amigo. O Daykerson sempre foi um cara de uma abstração única, mas nessa ele se superou. Vale a pena ler pelo relato e pelo bem estar literário que a coisa transmite.
“fui de cascavel para capanema, na vespera do ano novo
o onibus num vai direto, faz parada em realeza, cidade pequena, e dai pego outro onibus pra ir pra capanema
esse outro onibus é velho, com janela emperrada, cortina
de repente, no meio daquela velharia, comecei a me sentir bem
e peguei o celular pra ouvir musica
coloquei a trilha de Elizabethtown
e a viagem começou
imagina a estrada
estreita, um céu azul fantástico….
e eu deixei a janela aberta até chegar
o vento tava bem forte
qdo eu fechava os olhos, parecia que eu ficava como se estivesse em transe, com a musica alta e o vento, além do reflexo do sol no canto da janela
qdo eu abria os olhos, via pequenas comunidades na beira da pista
casinhas de madeira, com varanda, um poço do lado
e o onibus vai passando. e as pessoas vão até a porta pra ver os onibus passarem
e quem estiver olhando para eles, acidentalmente ou não, eles acenam efusivamente
acenei para crianças, muitas, alguns velhinhos com um sorriso falho no rosto
umas senhoras com o rosto cansado
até mesmo pra uma garota, devia ter uns 19 anos
ela era linda… e eu imaginava a vida dela, no meio daquele completo nada
e a trilha sonora se encaixava com cada momento
parecia que qdo uma musica acabava, eu entrava num trecho novo da estrada que foi feito para aquela musica
extremamente sem noção
coisa muito simples, saca?
uma viagem que muita gente ficaria reclamando todo percurso
eu curti demais, comigo mesmo, e com aquelas pessoas
dai qdo eu meio que recobrei a consciencia (hehehe) pensei em voce
que voce tambem iria ter gostado de ter vivenciado isso
ou pelo menos antes voce gostava
hehehe
não vai me chamar de drogado… nem fumei nada… hehehehe só me embebedei de vida
doideeeeeeeeeera”
(Daykerson Alonso Vicente)

A curiosidade da Carol

•sábado, 22 janeiro, 2011 • Deixe um comentário

Carolina diz:
ohaohahoahao
conta segredos

Raphael diz:
o que vc quer saber?
falo sóbrio mesmo… sem problema

Carolina diz:
nao sei
algo q estranho q aconteceu c vc

Raphael diz:
então lá vai
1995
2a série
eu estudava de manhjã e fazia parte de um projeto de clientes do BB à tarde
na aabb
tipo uma recreação
minha mãe me criava sozinha
a gente sempre fugia das aulas de recreação, na maioria esportes, pra desbravar a mata e o morro que tinha nos fundos
um dia a gente passou dos limites
e saiu da aabb… subimos o morro acima do campo de futebol, o “campão”
eu, digo, matheuzim e bruno
lááá no alto
era plano
e, no meio do nada, tinha uma casa
uma casa bonita
com vidraças grandes e tal
completamente abandonada
no meio do nada
e um cavalo sem sela bebendo água da piscina
e do outro lado tinha uma vista maravilhosa da cidade
e silêncio
a casa, o cavalo, a paisagem e o silêncio
no meio do nada

Carolina diz:
q bonito

Raphael diz:
nunca mais voltei lá
e nunca descobri nada sobre a casa

Carolina diz:
será q foi de verdade?
ou uma visão?

Raphael diz:
não sei

Lester Burnham que me desculpe…

•domingo, 16 agosto, 2009 • 1 Comentário

… Mas, para mim, os amigos são como heróis pessoais: cada um com sua batalha, sua dedicação, momentos de desamparo e nova inflamação para o retorno à luta.

E, mesmo que as coisas não saiam como o planejado: rei morto é rei posto. Herói caído é mártir.

Bairrismo Intelectual

•segunda-feira, 18 maio, 2009 • 1 Comentário

A Modernidade gerou duas tradições intelectuais opostas, em princípio, no que diz respeito ao conhecimento das sociedades e das culturas.

A primeira é a perspectiva filosófica e científica entendida como verdadeira e universal, que vê nas sociedades e nas culturas “objetos” de estudos. A aliança entre o saber e o poder consolidou um modelo em que o intelectual aparece como porta-voz de uma “verdade” inquestionável e universalmente válida e que colocou a Europa no “centro” do mundo. A expansão da modernidade não se deu apenas pela dominação econômica, militar e política das demais formas de pensamento e produção. Consolidou-se também graças a uma dominação  cultural, que se deu, sobretudo, por meio das instituições científicas, culturais e educacionais. A ciência e a cultura européias difundiram-se enquanto signos de uma cultura supostamente mais elevada, superior e verdadeira, abarcando as demais e constituindo-se como padrão comunicativo.

A segunda é a tradição intelectual que correu por muito tempo fora dos parâmetros da ciência. Tratar-se-ia, antes, de um padrão “literário” ou “artístico” de aproximação às realidades humanas. Shakespeare, o Lazarilho, o Barroco, os autores latino-americanos – para ficar no âmbito Europa-América, rota de origem da Modernidade – conformam um padrão de intelectual-narrrador imerso na cultura e em suas contradições.

Por muito tempo estas duas tradições andaram separadas. Esta separação  só foi quebrada, pioneiramente por autores como os brasileiros Euclides da Cunha e Gilberto Freyre, que trazem para o campo das Humanidades as formas de conhecer e descrever da ficção. Suas obras, de alguma forma, refletem um modelo de intelectual marcado pela contradição, pela narração poética e pela imersão apaixonada nas culturas e nos fenômenos que analisam. Mais recentemente, vários pensadores têm adotado perspectivas semelhantes na crítica aos princípios das Ciências Humanas formulados na segunda metade do século XIX.

[…]

Muitos intelectuais contentaram-se em criticar a “indústria cultural” quando seus próprios corações estavam sendo irremediavelmente invadidos. Sem nenhum pudor, no entanto, serviram-se da mesma indústria para manter sua condição de elite, divulgando sua alta cultura, seus artigos e suas belas fotos em pose de professores doutores.

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LEMOS, Maria A. B.; WINCK, João Baptista; DIMANTAS, Hernani.  Os intelectuais e a cibercultura: além de apocalípticos e integrados.  Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/033/33clemos.htm&gt;. Acesso em: 26 out. 2008.

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PS: Sensacional!

Fantasminha Camarada

•quarta-feira, 28 janeiro, 2009 • 8 Comentários

orla-de-aracaju

Foto: orla de Aracajú, Sergipe

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“Papo de calçada”, on-line, com um espirituoso amigo do nordeste. Conforme um pedido do mesmo, substituí seu nome ironicamente por “Glauco” (longe de qualquer arrogância, hein amigo leitor!). Peço humildemente que reflita sobre a explanação.

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hell diz:

não é aquela questão básica da grama mais verde do outro lado da cerca

hell diz:

não tem nada a ver com inveja e tal…

hell diz:

é consigo mesmo né?!

hell diz:

de não se sentir a vontade…

Glauco diz:

isso

hell diz:

o lugar, as pessoas… enfim, o ambiente

Glauco diz:

é por aí

hell diz:

eu vivo assim

hell diz:

as vezes passo dias sem sair de casa

hell diz:

pq não quero ver ninguém… pq não tenho vontade de ver ninguém

hell diz:

e fico ali… curtindo o tempo comigo mesmo

hell diz:

lavo a louça, arrumo as gavetas, vejo filmes…

hell diz:

alugo sonhos, reflito e os descarto

hell diz:

mas eu vou mudar essa metodologia

hell diz:

pq quando eu ficar velho talvez me arrependa de não ter aproveitado o tempo da minha juventude de forma mais produtiva

Glauco diz:

verdade

hell diz:

mas a noção de ausência de tudo traz conforto… já pensou se ninguém precisasse convenientemente mentir?

hell diz:

como naquele papo do Di Caprio com a psicóloga em “Os Infiltrados”

hell diz:

“mentir para manter o equilíbrio”

Glauco diz:

não assisti

hell diz:

eu acho que o que fode o mundo é o equilíbrio

hell diz:

todo mundo quer segurança, estabilidade e equilíbrio

hell diz:

e a resultante disso é uma angústia que dinheiro nenhum afasta

hell diz:

que certeza nenhuma abala

hell diz:

e aí fica todo mundo com a impressão de que a vida é algo que não foi feito pra ser compreendido… e simplesmente… atura

Glauco diz:

isso

hell diz:

levanta a cabeça no dia seguinte, veste a mesma fantasia de palhaço de todo mundo e sai pra “aproveitar o dia”

hell diz:

e o nosso estômago agradece pelos “filés fritos no suor e na intolerância”

A Kombi e o Fusion

•domingo, 2 novembro, 2008 • 3 Comentários

Esta manhã, durante meu intervalo no trabalho, saí para tomar um pouco de ar. Do lado de fora, havia apenas dois carros estacionados: uma Kombi e um Ford Fusion. Não sei por quais motivos, comecei a pensar, sob uma perspectiva funcional, a idéia de venda dos mencionados veículos.

Fiz uma avaliação externa, puramente estética, e cheguei a algumas conclusões curiosas.

O sedã médio da Ford é considerado um dos tops do mercado nacional. Apresenta uma série de ítens luxuosos e que proporcionam conforto acima da média. Sua tecnologia é exposta pelo design, mas também por um outro detalhe que me chamou atenção: o sensor de alarme logo acima da maçaneta da porta dianteira do motorista. Além da propagação da segurança, óbvio, aquele elemento me passou uma segunda impressão curiosa: é a ilustração da digitalidade contida no automóvel. Não basta se sentir bem com todo aquele luxo, é preciso evidenciar o ar-condicionado digital, o computador de bordo , o cd-player para seis discos… Mas isto não é uma crítica à ostentação.

O fato é que, ao me virar para a Kombi, vi um modelo multi-uso que ainda tem um pé no passado, precisamente na década de 1950. Ela tem faróis e retrovisores simples, não há arrojo no acabamento. No mais puro sentido fordista (sem ironia aqui), e sem levar em conta diferenciais como a cor, por exemplo, é um carro estritamente funcional.

A diferença que notei está no argumento dos dois veículos: a Kombi, é simplesmente a Kombi, sem preceitos; o Fusion, por sua vez, depende de seu discurso para ser útil. Explico: o modelo da Volkswagen, embora já tenha sido alvo de campanhas publicitárias tempos atrás, hoje é um simples veículo espaçoso e adequado a uma série de situações, enquanto o Ford requer conceitos que têm uma origem mercadológica gritante. Os ideais de conquista, comodidade e família (este último subvertido) se propagam pelas linhas e contornos bem acabados. Além disso ainda há um elevado grau de competitividade com outros sedãs que oferecem conforto semelhante. É uma guerra conceitual. Sem isso, na raiz da questão, ele não oferece muito mais do que o simpático Ford T.

Lógico, se você perguntar qual dos dois eu prefiro, direi o Fusion. Contudo, é importante reparar como ele é refém de uma ideologia. Não são suas peculiaridades que propulsionam as vendas, mas a conotação dada a si, fruto da abstração sem conteúdo que nos arrebata diariamente.

A Kombi ainda se mostra útil. O Fusion é, de fato, um “carrão”. No entanto, independente disso, dentro de qualquer um dos dois, a única certeza é a de que você vai passar raiva no trânsito, talvez não do mesmo jeito, mas em semelhante intensidade.

Agora volte para a cama e durma bem com isso. 🙂